A universitária Zenaide Rodrigues sente na pele o despreparo de motoristas e cobradores de ônibus para ajudar quem tem deficiência física a entrar nos ônibus que estão adaptados. “Eles não estão bem preparados para manusear o elevador, tem vezes que acham que está quebrado porque não sabem mexer direito. Eu já tive que manusear o elevador para poder entrar no ônibus”, disse.
O aposentado Edvaldo Guerra também pede que haja mais respeito e capacitação de profissionais e pessoas nas ruas para lidar com quem tem deficiência “A cidade não é preparada para receber a gente”, afirmou.
A Região Metropolitana de Recife tem 164 linhas com 338 ônibus adaptados. O número representa 12% do total de 2.700 veículos que circulam na área.
É o motorista do ônibus quem deve manusear o elevador. Os veículos devem ter um lugar apropriado para o deficiente ficar. “Estamos desde junho capacitando algumas pessoas que chamamos de multiplicadores. Não temos estrutura para que todos os motoristas e cobradores façam esse procedimento, então são escolhidas algumas pessoas para fazer o treinamento”, afirmou Mário Sérgio Cornélio, gerente de fiscalização de uma empresa de ônibus que possui os ônibus adaptados.
“Os novos ônibus já virão com o elevador, nossa previsão é que, até meados de novembro, 25 outros veículos estarão operando no sistema”, acrescentou.
“Os novos ônibus já virão com o elevador, nossa previsão é que, até meados de novembro, 25 outros veículos estarão operando no sistema”, acrescentou.
“Tanto no Recife quanto outras cidades e capitais não foram planejadas em prol do deficiente. Pagamos o preço de ter a cidade quase toda construída e agora temos que adequá-la”, disse a assistente da Secretaria de Planejamento, Glória Brandão.
Quanto à situação das calçadas, ela afirmou que a responsabilidade da manutenção deve ser dividida entre o município e os moradores. “Elas estão ruins em quase todos os lugares. A responsabilidade pelas calçadas é compartilhada. Existe a parte do município e do proprietário do lote, que muitas vezes não conserva. Existe multa para quem não segue as normas, mas o mais importante é a mudança de atitude”, afirma Glória.
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