O ministro da Fazenda, Guido Mantega e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aumentaram nesta quarta-feira (14) para até 7% suas previsões de crescimento para a economia brasileira em 2010.
Ao sair da cerimônia de assinatura de acordos bilaterais entre Brasil e União Europeia, no Itamaraty, Mantega disse que estima expansão entre 6,5% e 7% para este ano.
"A previsão é que a economia cresça entre 6,5% e 7% em 2010", afirmou.
Em junho, Mantega comentou que a economia brasileira deveria ter crescimento de 6% a 6,5% neste ano.
Relatório de inflação divulgado pelo BC no mesmo mês, no entanto, já sinalizava a previsão de crescimento de 7,3% para o PIB.
Também nesta quarta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o governo projeta um crescimento da economia brasileira “não inferior” a 7% e a geração 2,5 milhões de empregos formais em 2010.
Mais cedo nesta quarta, o Banco Central divulgou que a economia brasileira parou de crescer em maio, após 16 meses consecutivos de crescimento. No mês retrasado, o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do BC permaneceu estável em 13,955 pontos, o mesmo patamar de abril.
Ele descartou a possibilidade de alta da inflação.
O ministro evitou, no entanto, dizer qual é o novo porcentual exato esperado pelo governo. "Não me lembro", desconversou.
Mantega disse que não se preocupa com o conteúdo do relatório mais recente do Banco Central que destacava o forte aquecimento da atividade doméstica.
Comparação com ano fraco
O ministro enfatizou que 2010 será um ano atípico por conta da base de comparação em 2009 que ainda sofria os impactos da crise financeira internacional.
"Não há superaquecimento da economia", afirmou, acrescentando que a inflação deste ano ficará dentro das bandas de acomodação da meta inflacionária, de 4,5%, com dois pontos para cima ou para baixo.
O ministro disse ainda que a inflação é uma preocupação permanente do governo, mas destacou o resultado da inflação de junho. "O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) foi zero, deu uma caída, o que eu também disse que ia acontecer", afirmou salientando que o movimento era esperado por causa da oscilação dos preços dos alimentos. "Isso significa que o crescimento é sustentável", disse.
"Vai haver uma desaceleração do crescimento depois do primeiro trimestre", afirmou Mantega a jornalistas.
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