A candidata do PV, Marina Silva, disse, nesta quinta-feira (22), que são “gratuitas” as acusações feitas contra o PT de ter relação com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
O candidato à Presidência do PSDB, José Serra, e seu vice, Indio da Costa (DEM-RJ), têm afirmado que o partido tem ligação com a guerrilha. O PT foi à Justiça contra os tucanos por conta das declarações.
“Eu não faço coro com aqueles que estão fazendo, no meu entendimento, acusações gratuitas ao presidente Lula, à ministra Dilma e ao partido dos Trabalhadores no que se refere a relações com as Farc. Fiquei 30 anos dentro do PT e nunca soube que tinha esse tipo de relação e no nível em que foram acusados”, afirmou, em entrevista após uma palestra para representantes do setor financeiro internacional, organizada pela BM&F Bovespa, em Nova York.
Política econômica
Para uma plateia de representantes do setor financeiro internacional, a candidata do PV voltou a defender a manutenção da estrutura da política da macroeconômica brasileira e o corte de gastos do governo. Foi o segundo contato com investidores em dois dias de visita a Nova York.
O encontro desta quinta foi organizado pela BM&F Bovespa. A bolsa já fez um evento semelhante, em maio, com Dilma Roussef. A idéia é avaliar o processo eleitoral, as perspectivas do Brasil e o cenário econômico que o novo governo vai enfrentar.
A senadora alertou que não se pode ter ilusões com os avanços na economia porque ainda há muito o que fazer. "Não devemos, é claro, ser pessimistas, mas também não podemos nos deixar embalar pela crença em atalhos que nos façam perder de vista desafios que temos pela frente. Apesar dos importantes avanços nos últimos anos, os problemas de fundo do nosso desenvolvimento não desapareceram e parecem tão desafiadores como antes", disse.
Banco Central
Marina Silva também reafirmou a defesa pela autonomia operacional do Banco Central. "A nossa posição é favorável à autonomia operacional do Banco Central. Existe uma polêmica se precisa ou não essa autonomia ser institucionalizada. Esse é um debate interessante que inclusive deve ser feito à luz de outras experiências fora do Brasil, mas, na realidade do Brasil, o fato de não termos a autonomia institucionalizada não significa que ela não aconteça na prática. E na prática está dando certo", respondeu.
Marina Silva foi aplaudida quando, respondendo a uma questão sobre meio ambiente, disse que é contra as mudanças no Código Florestal que estão sendo propostas de forma equivocada, na avaliação dela, porque não integram os avanços alcançados nos últimos 20 anos.
"Não devemos perdoar 47 milhões de hectares que foram destruídos ilegalmente. Aqueles que cumpriram a lei, que se comprometeram a cumprir o marco regulatório e fizeram investimentos, acreditando que o governo estava falando sério não merecem agora ver os seus concorrentes sendo perdoados e com a sinalizacão de que podem continuar desmatando" , disse.
'Pororoca mobilizatória' e mudanças no visual
Na entrevista, Marina comparou a sua campanha à do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que usou diversos recursos tecnológicos.
"Queremos fazer uma pororoca mobilizatória. Para os brasileiros, todos sabem o que é pororoca, mas quem não souber é só entrar no Google. Acho que os outros candidatos também vão usar as outras mídias, mas o que nos diferencia são as mensagens. A juventude não se envolve na busca do poder pelo poder, mas se coloca a serviço de projetos", comentou.
A candidata do PV foi questionada ainda se pretendia fazer alguma mudança no visual como fez a candidata do PT, Dilma Rousseff. Marina brincou e sinalizou que não pretende mudar a aparência. "Eu e Guilherme somos bastante simpáticos e acho que vamos continuar assim", disse, sorrindo.
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