Paraisópolis é a segunda maior favela da capital e tem quase 100 mil habitantes, segundo a associação de moradores.
A reportagem do R7 passou um dia na comunidade conversando com os moradores e descobriu que os centros educacionais têm problemas diferentes, mas estão inseridos num círculo vicioso.
As crianças que estudam na Paulo Freire estão tão carentes que algumas chamam os professores de pai ou mãe. O elevador da instituição sempre para de funcionar e causa problemas para os alunos cadeirantes. Há casos de estudantes de dez anos que ameaçam os docentes de morte. Um garoto com deficiência mental conta casos de violência cometidos pela mãe quando chega à aula todo machucado. Em compensação, a diretora da instituição, que assumiu neste ano, é muito elogiada por funcionários e pela comunidade.
No caso do colégio Etelvina de Góes, sobram críticas para a diretora. Os moradores reclamaram da dificuldade para marcar uma reunião com a coordenadora e criticaram seu comportamento. Além disso, o centro de ensino tem problemas de infraestrutura e partes destruídas pelos próprios alunos. Os banheiros estão em péssimas condições de higiene.
As dificuldades na primeira fase do fundamental se devem ao baixo nível de ensino infantil a que as crianças da favela têm acesso; sem formação adequada, os alunos de seis ou sete anos mal sabem reconhecer uma letra. E, por causa desse atraso, não conseguem acompanhar as exigências dos últimos anos do fundamental.
As baixas notas no Ideb são resultado da soma de todos esses fatores, que se repetem em inúmeras escolas brasileiras. Juntos, a falta de estrutura familiar, o atraso na alfabetização das crianças e a falta de controle sobre os adolescentes, aliados à ausência do poder público em determinadas regiões, levam à perda de comando sobre os estudantes, que, desestimulados, não veem nos estudos uma oportunidade de crescer. Eles esquecem – ou ignoram - que este é o caminho para sair da miséria.
R7.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário