quinta-feira, 1 de julho de 2010

Eleições 2010 - Entre ruralistas, José Serra aumenta críticas ao governo e critica o MST.

O candidato tucano à Presidência, José Serra, aproveitou o final da sabatina na CNA (Confederação Nacional da Agricultura), de que participou nesta quinta-feira (1º) em Brasília, para subir o tom de críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), alvo de fortes críticas no meio do agronegócio por causa das invasões de terra.

Se durante a seção de perguntas e respostas o tucano se concentrou em avaliações mais técnicas sobre o setor, disparou contra o governo em suas considerações finais, quando tinha liberdade para falar o que quisesse. Serra teve ainda a vantagem de ser o único presidenciável no evento, já que Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV) se recusaram a participar.

Primeiro, Serra defendeu outro "estilo de governo", com mais coerência. De forma indireta, criticou Lula e Dilma, que segundo ele "uma hora veste o boné, outra hora guarda. Uma hora diz uma coisa, outra hora diz outra".

A afirmação fez referência a discursos em que os petistas vestem bonés de movimentos sociais como o MST.

Em seguida, Serra voltou a bater na tecla do loteamento político no governo, dizendo ser necessário "estatizar" o Estado.

- Nós temos que estatizar as agências reguladoras. Porque foram apropriadas pelo setor privado, por partidos, sindicatos que defendem os interesses de seus próprios dirigentes. [...] Vejam o que aconteceu nos Correios, que já foi eficiente. Agora está tudo devastado.

Ao pregar um novo governo com mais planejamento e eficiência no serviço público, cutucou Dilma, que nunca foi eleita a cargo público:

- Governo não é lugar para aprender, é lugar para fazer. Os erros têm um custo imenso.

Reforma agrária

Depois da sabatina, Serra foi cercado de jornalistas e, à frente de um grupo de dirigentes da CNA, pesou mais nas críticas ao MST. Disse que o movimento deve ter liberdade para pregar "o que deseja".

- O que não pode é falar de reforma agrária só como pretexto para uma ação política. O que não pode fazer são invasões de propriedades legítimas criando uma insegurança enorme no campo. O que não se pode fazer é dar dinheiro do governo para manter esse movimento.

Serra ainda completou o afago ao setor ruralista ao prometer facilitar o crédito oficial aos produtores que, segundo ele, não é aproveitado por causa de uma alta carga de exigências dos bancos.

Iogurte

Perguntado sobre sua presença solo no debate, Serra buscou capitalizar a ausência de Marina e Dilma.

- Não pode ser só a publicidade de vender candidato como se fosse um iogurte. [...] Se alguém quer ser presidente da República, tem que dizer ao sistema financeiro o que pensa, dizer à agricultura o que pensa, à indústria o que pensa, à classe média o que pensa. Não é só propaganda.

Ainda assim, durante a sabatina, Serra fugiu de questões mais delicadas para não desagradar a plateia, lotada de produtores rurais. Ao ser questionado sobre a oposição criada entre ambientalistas e ruralistas, disse que Marina "tinha razão que queria as perguntas antes". A candidata verde não foi por não concordar com as regras do debate e queria receber antes as questões levantadas na sabatina.

Sobre a oposição entre ambientalistas e ruralistas, Serra desconversou, dizendo que é preciso tratar o tema com mais "razão" e de conduzir políticas de "soma positiva", em que todos ganhem.

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