O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, disse ontem quarta-feira (11) em entrevista ao Jornal Nacional que não o constrange o fato de sua chapa comportar políticos do PTB, um dos partidos acusados de envolvimento no escândalo do mensalão, suposto esquema de pagamento de propina a parlamentares que abalou o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2005.
Segundo o tucano, a aliança com o PTB foi articulada pela proximidade das duas legendas em São Paulo.
- O PTB em São Paulo sempre esteve com o PSDB, isso teve uma importância muito grande. Os personagens principais [do mensalão] nem foram do PTB.
Ao ser questionado sobre Roberto Jefferson, presidente da sigla aliada e delator do suposto esquema, Serra amenizou e disse que cada um responde por seus erros.
- O Roberto Jefferson não é candidato. Ele conhece muito bem o meu programa de governo e meu estilo de governar. Eu não tenho compromisso com erro, nunca tive na minha vida.
Na entrevista, Serra admitiu avanços da gestão de Lula, mas ressaltou que o importante é escolher quem vai administrar o país daqui para frente.
- O governo Lula fez coisas positivas, outras coisas deixou de fazer. A discussão não é o Lula, é o que vem pela frente. São os problemas do Brasil de hoje e o que vem pela frente.
Ex-ministro da Saúde, Serra criticou o que considera falhas no sistema de saúde do país. Questionado sobre os altos preços de pedágio em São Paulo, atacou o modelo de concessão usado nas estradas federais e disse que a maioria está esburacada.
- O governo federal fez um modelo de concessão que não estão funcionando.
Questionado sobre comparações entre Lula e FHC, Serra também defendeu o ex-presidente tucano.
- O governo anterior do Fernando Henrique teve muitas contribuições para o Brasil, entre elas o Plano Real, a inflação era de 5.000% ao ano e foi quebrada a espinha, e várias outras coisas que o governo Lula recolheu e seguiu.
O tucano ainda adotou a tática do presidente Lula de usar metáforas futebolísticas para deixar claro que a discussão não pode ser do passado, mas do futuro.
- Não estamos fazendo uma disputa do passado. É como se eu ficasse discutindo quem era melhor para efeito de ganhar a próxima Copa, o [Luis Felipe] Scolari ou o [Carlos Alberto] Parreira, e quem é o técnico é o Mano Menezes.
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