As queimadas das últimas semanas fizeram com que cidades do Tocantins e de Mato Grosso, Estados das regiões Norte e Centro-Oeste, respectivamente, decretassem estado de emergência por conta dos estragos provocados pelo fogo. Dos 139 municípios tocantinenses, ao menos 20 estão nessa situação. Já no Mato Grosso, um incêndio provocou a destruição do pólo industrial da cidade Marcelândia e, em Peixoto de Azevedo, as chamas destruíram assentamentos da reforma agrária.
No caso dos dois Estados, a decretação do estado de emergência, feita pela administração das cidades atingidas, agiliza a liberação de verbas públicas para recuperar o que foi destruído e dar início a obras sem necessidade de licitação.
Em Goiás, o fogo também atingiu áreas que ficam dentro do Parque Nacional das Emas, do Parque Estadual Serra de Caldas Novas e do Parque Estadual da Serra dos Pirineus. Mas, segundo a Defesa Civil do Estado, as reservas ficam longe das cidades e, por isso, o fogo não causou danos expressivos à população. Já em Mato Grosso do Sul, a situação de emergência pode ser decretada quando a umidade relativa do ar cair para 12% e causar problemas aos moradores, explica o coordenador da Defesa Civil do Estado, Ociel Ortis Elias.
No último dia 11, o fogo destruiu cerca de cem casas e 17 serrarias de Marcelândia (MT). Os estabelecimentos comerciais formam um pólo industrial da cidade que é responsável por manter economicamente ao menos cem famílias, explica coordenador de Resposta a Desastres e Reconstrução da Defesa Civil de Mato Grosso, major Elton Guilherme Crisóstomo.
- A situação de emergência foi decretada por causa da destruição causada pelo incêndio. A queimada desestabilizou a economia da cidade e os trabalhadores estão temporariamente sem seus postos de trabalho.
Em Peixoto de Azevedo (MT), o fogo destruiu áreas de assentamento da reforma agrária, onde havia plantações de alimentos e pastos de gado. As causas do incidente ainda não foram esclarecidas, mas é bastante comum que agricultores usem o fogo como técnica rudimentar para limpar a camada superficial do solo.
Já no Tocantins, o Corpo de Bombeiros sobrevoou nesta semana a Ilha do Bananal para identificar os focos de incêndio que destruíam a reserva. Na semana passada, a Guarda Metropolitana conseguiu controlar o fogo que destruiu 60% dos 90 mil hectares do Parque Estadual de Lajeado. A área atingida equivale a 54 mil campos de futebol (a área de um campo tem cerca de um hectare) e é maior que o município de (SP), que tem 796 milhões de metros quadrados. Esses e outros pontos de incêndio no Estado, como o Parque Estadual do Lajeado, fizeram com que 20 cidades decretassem situação de emergência.
Segundo a Defesa Civil Estadual, a situação costuma ser crítica nessa época do ano também em cidades do sudeste do Tocantins, onde o período de estiagem (que começa em abril e vai até setembro) é mais intenso. Em 2007, pior seca registrada na região, 17 cidades decretaram emergência por conta da baixa umidade relativa do ar. Até a publicação desta reportagem, o órgão estadual não havia feito um levantamento para identificar quais cidades estão nessa situação neste ano.
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