O vandalismo tem um novo alvo, o telefone público. Dos 14 mil orelhões espalhados pela capital mineira, pelo menos 1.200 são danificados mensalmente. No Estado, dos 101 mil aparelhos, 8% sofrem com a ação dos vândalos.
No resto do Estado, cerca de 300 campânulas (estruturas que protegem os aparelhos telefônicos) são depredadas por mês.
A Oi, concessionária de telefonia fixa em Minas Gerais, não informa o prejuízo mensal causado por esse tipo de ação.
A danificação dos itens leitora de cartões, monofone e teclado, assim como as pichações e colagem de propaganda de empresas divulgando seus produtos, respondem por aproximadamente 90% dos casos de vandalismo.
São atos que incomodam grande parte da população. Para o analista contábil José Antônio de Oliveira, 52 anos, morador do bairro Ipiranga, região nordeste da capital, independentemente do fácil acesso à telefonia celular, o orelhão oferece um serviço de utilidade pública que deve estar à disposição do cidadão. Ele lembra que por diversas vezes precisou usar um telefone público, no centro da cidade, e o aparelho estava quebrado ou com defeito.
– Há determinadas circunstâncias em que o telefone público é essencial e indispensável.
A mesma situação viveu a aposentada Maria da Glória Cerqueira, 67 anos, moradora do bairro Serra, que prefere sair sem o telefone celular, pois tem medo de ser assaltada.
– Antes de sair de casa, confiro se o meu cartão de créditos telefônicos está em dia. Mas já fiquei na mão muitas vezes, pois quando precisei telefonar, o aparelho estava mudo
Ela diz fazer uso de telefones públicos diariamente.
O consumidor deve comunicar à Oi sobre aparelhos inutilizados, que não estejam funcionando. A partir da denúncia, a empresa tem o prazo de oito horas para providenciar o conserto. Caso o problema não seja resolvido, a pessoa pode denunciar o caso ao Procon. A pena para os vândalos que depredam orelhões varia de seis meses a três anos de prisão, além do pagamento de multa. A empresa não revelou os valores investidos na recomposição dos equipamentos.
A Oi informa ainda que faz a manutenção periódica dos aparelhos. Além disso, absorve também as solicitações de reparos enviadas à companhia pelo canal de atendimento 103 31, por consumidores e entidades públicas.
As informações sobre orelhões danificados contribuem para que os reparos sejam efetuados em tempo hábil e atendam ao cumprimento do Programa de Metas de Qualidade estabelecido pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
De acordo com a Anatel, o Brasil já conta com mais de um milhão de aparelhos, distribuídos por mais de 5.500 municípios. As solicitações de reparos de telefones públicos poderão ser feitas diretamente à concessionária de telefonia. A Anatel exige que 98% das ocorrências sejam atendidas em até 8 horas e, em qualquer hipótese, esse prazo nunca poderá ultrapassar 24 horas.
No caso de aparelhos localizados em regiões remotas ou de fronteira, a exigência é de que as solicitações sejam atendidas em até cinco dias em 92% dos casos, nunca podendo exceder dez dias. A multa por descumprimento das normas por parte das concessionárias pode chegar a R$ 50 milhões.
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