sábado, 29 de janeiro de 2011

Argentinos deixam rivalidade de lado e elogiam “Brasil gigante” de Lula.

Quando deixou o governo, em dezembro do ano passado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ostentava níveis incontestáveis de popularidade. De cada dez brasileiros, oito aprovavam sua gestão. Mas, se a mesma pesquisa fosse feita com os argentinos, é possível que esse número fosse ainda maior.

Para eles, a folclórica rivalidade com o Brasil parece ficar dentro do campo de futebol. Ao verem o crescimento econômico e a projeção internacional conquistados pelo país vizinho, muitos argentinos não hesitam em dizer que o admiram.

Quando são perguntados sobre quem seria responsável pela transformação do Brasil em uma “nação gigante” ou em uma “quase potência”, como eles próprios dizem, o nome de Lula aparece em todas as respostas. E sempre acompanhado de muitos elogios.

O taxista Antonio Morales lembra que Brasil e Argentina sempre disputaram a posição de principal economia da América do Sul. Até a metade do século 20, os argentinos é que eram vistos como uma das nações mais promissoras do mundo. Entre os anos 20 e 30, a economia do país chegou a estar entre as maiores do planeta.

Hoje, segundo Morales, tudo mudou.

- Antes, dizia-se que o Brasil estava um pouco à frente na região, que logo em seguida vinha a Argentina e depois os outros países. Hoje, a distância é muito grande, o Brasil disparou economicamente.

O vendedor ambulante Jorge Winter, que trabalha no centro de Buenos Aires, diz que essa distância pode ficar ainda maior se o Brasil souber usar os benefícios que serão gerados com a exploração do pré-sal.

- Essa é a cereja do bolo, quando descobriram as enormes reservas de petróleo. O Brasil já vinha bem, mas isso vai dar um grande impulso. O país vai caminhando para ser uma potência. Temos de tirar o chapéu para Lula, porque ele conseguiu fazer tudo o que pôde mesmo conduzindo uma massa de 200 milhões de pessoas. Aqui, por outro lado, são 40 milhões e não se controla nada.

Estevan Godano, dono de uma banca de jornal, aponta a grande quantidade de turistas brasileiros que passeiam pelas ruas de Buenos Aires como um sinal de que a economia do país vive mesmo um bom momento.

- Se o país anda bem, é claro que o turismo também vai estar bem. E existe uma classe média que me parece que está viajando pela primeira vez.

Godano diz que Lula poderia ter atuado “um pouco mais à esquerda”, mas atribui ao ex-presidente petista a responsabilidade pelo que chamou de “o despertar de um gigante”.

- O Brasil já despertou nos últimos anos, com Lula, mas ainda está se espreguiçando. Quando levantar de vez, algo me diz que será mais do que apenas uma das maiores economias do mundo.

O “olhar social” e a capacidade de conciliação política são as qualidades citadas pelo ator Aldo Gomez, que já foi casado com uma professora brasileira e morou em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, para se referir a Lula.

- Suas políticas foram muito melhores que as dos antecessores. Ele veio de uma tendência de esquerda, mas pensa em uma política nacional e tem uma visão diferente dos políticos tradicionais. Ele toma decisões muito firmes na hora de fazer as coisas.

Questionado sobre a presidente Dilma Rousseff, que desembarca na Argentina nesta segunda-feira (31) para um encontro com a colega Cristina Kirchner, Gomez diz que ainda não sabe muito sobre a sucessora de Lula, mas afirma que espera continuidade.

- Não conheço, mas se ela seguir o que fez Lula, com certeza vai ser muito melhor.

Dilma, por enquanto, não é tão conhecida pelos argentinos como seu antecessor. Muitos se referem a ela lembrando que trabalhou com Lula ou que ambos integram o mesmo partido, o PT.

A funcionária pública Nancy Corro, que aconselha Dilma a “seguir os passos” do ex-presidente, exalta a presença de duas mulheres nos governos dos países mais importantes da região.

- A essa altura dos séculos, é bárbaro que tenhamos mulheres na presidência. Me dá muito orgulho.

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