A presidente eleita, Dilma Rousseff, descartou nesta terça-feira (2) a instituição de um imposto similar à CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), tributo que deixou de ser cobrado em 2008 e que direcionava recursos para a área da saúde. A petista garantiu, ainda assim, que o setor será uma das prioridades de seu governo.
Em entrevista ao jornal SBT Brasil, Dilma afirmou que é necessário complementar o SUS (Sistema Único de Saúde) para desonerar os hospitais, que ficam sobrecarregados devido à grande demanda por atendimento médico. Ela também chamou a atenção para a falta de leitos em UTIs (unidades de terapia intensiva), mas disse que os problemas não são resolvidos por "mágica".
- Temos hoje uma situação desequilibrada. Há o hospital em uma ponta e a unidade básica de saúde na outra, e no meio em poucos lugares você tem alguma coisa. Por isso, todas as pessoas se dirigem ao hospital. Há um congestionamento. Temos de concluir a rede do SUS.
A presidente eleita reafirmou sua intenção de construir novas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) 24 horas, que terão como objetivo prestar atendimentos emergenciais, e implantar policlínicas, que ficariam responsáveis por casos específicos.
Questionada, porém, sobre a possibilidade de contar com um novo imposto para financiar o setor, Dilma descartou qualquer medida neste sentido e reiterou que pretende, pelo contrário, reduzir a carga tributária.
- Eu pretendo, no caso da reforma tributária, fazer uma redução. Sei que existe um movimento de governadores propondo coisa similar, mas o que eu pretendo é uma redução dos tributos sobre investimentos, fazer uma avaliação sobre a questão da folha de salário e reduzir [a carga tributária] sobre medicamentos e saneamento.
Sobre a formação de sua equipe de governo, Dilma mais uma vez evitou mencionar qualquer nome, mas adiantou que escolherá seus subordinados levando em consideração principalmente a “capacidade técnica” e o perfil de liderança dos candidatos.
Ao falar de política externa, a presidente eleita ressaltou a importância do relacionamento com as demais nações do Hemisfério Sul e disse que trabalhará em parceria com os Estados Unidos, mas sem deixar de lado a soberania.
- O país é soberano. O mesmo respeito que eu quero é o respeito que eu darei.
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