quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Ataques ao Nordeste surgem na web após vitória de Dilma, que venceria mesmo sem região.

A vitória da petista Dilma Rousseff nas eleições presidenciais de domingo (31) desencadeou uma onda de preconceito contra nordestinos na internet. O que os responsáveis por transformar esses ataques no assunto mais comentado no Twitter não sabiam é que Dilma venceria o candidato do PSDB, José Serra, mesmo sem os votos das regiões Norte e Nordeste.

Os comentários preconceituosos partiram principalmente de eleitores do Sul e do Sudeste, que acreditavam que a vitória de Dilma só foi possível porque o Nordeste votou em peso na petista. De fato, ela venceu com folga na região: 18,4 milhões de votos, contra 7,7 milhões de Serra.

Em um Estado nordestino e em dois da região Norte, Dilma ganhou em todas as cidades. No Piauí, Serra só levou em dois municípios; no Ceará, em apenas um.

Ao notar a importância dos nordestinos na eleição da petista, uma estudante de direito postou o seguinte comentário no Twitter ainda no domingo: "nordestino não é gente, façam um favor a SP, mate um nordestino afogado!”. A responsável pelo tuite cancelou seu perfil.

Mesmo assim, em pouco tempo um grande volume de internautas repassou a mensagem e começou a manifestar opiniões parecidas. A reação, no entanto, não demorou a chegar.

Ainda no domingo foi criada a tag "#orgulhodesernordestino", responsável por tornar o assunto o mais comentado do microblog. Logo em seguida, um site foi criado para reunir as mensagens preconceituosas, o Diga Não à Xenofobia.

O que os preconceituosos não sabiam é que, segundo dados TSE (Tribunal Superior Eleitoral), se os votos das regiões Norte e Nordeste fossem cancelados, Dilma seria eleita com uma diferença de 275 mil votos. Somando-se o Sul, Sudeste e Centro-Oeste, ela foi escolhida por 33,2 milhões de pessoas, enquanto o tucano recebeu os votos de 32,9 milhões de eleitores.

Dilma não teria vencido se não fossem os votos de dois Estados justamente do Sudeste, Minas Gerais e Rio de Janeiro – segundo e terceiro maiores colégios eleitorais do Brasil. A decepção dos tucanos foi maior em Minas, do ex-governador e senador eleito Aécio Neves (PSDB), onde a petista venceu com uma diferença de 1,7 milhão de votos, a mesma vantagem conseguida no Rio de Janeiro, diminuindo o impacto da vitória de Serra em São Paulo, o maior colégio eleitoral do país.

Ao recolocar o Norte e Nordeste no mapa do Brasil, Dilma teve mais de 55 milhões de votos contra 43 milhões de Serra.

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