No sentido contrário, a participação de outros gastos, que corresponde ao valor que resta do salário mínimo depois de descontar os itens que compõem a cesta, subiu de 44,2% em junho para 55,5% em agosto. "Aumentou o poder aquisitivo da população através da redução dos custos da cesta básica", disse Claudia Saldanha, diretora do Departamento de Estudos e Pesquisas Aplicadas à Gestão da Secretaria de Planejamento. O valor da cesta em Cruzeiro do Sul saiu de R$212,62 em junho para R$178,77 em julho e, R$161,56 em agosto.
De uma lista de 14 itens que compõem cesta básica, o tomate lidera o grupo dos oito que ficaram mais baratos no período. O preço do quilo do fruto caiu 66,56%, seguido do feijão (-10%), mandioca (-8,36%), frango (-5,87%) e óleo (-5,82%). Fora a mandioca, todos os outros itens sofrem redução nos preços a partir da liberação do trânsito na BR 364. Ao contrário de Cruzeiro do Sul, o valor da cesta básica em Rio Branco aumentou 1,14% em julho e 1,77% em agosto, acumulando alta de 2,93% no período. Dos 14 produtos pesquisados, somente a banana, o pão, a farinha de mandioca tiveram preços menores que os praticados em Rio Branco nos três meses estudados. Quanto aos demais produtos, verificou-se que os produtos são em média maiores que os praticados na capital. Com a reabertura da estrada, essa diferença caiu consideravelmente.
Em agosto, um trabalhador da capital com carga horária de 220 horas e remuneração mensal de um salário mínimo (R$465,00) precisou trabalhar 71 horas e 56 minutos para comprar uma cesta básica. Em Cruzeiro do Sul, um trabalhador com as mesmas características precisou trabalhar 76h26m para comprar o mesmo conjunto de alimentos e produtos. Em Cruzeiro do Sul o gasto de uma família padrão (dois adultos e três crianças) foi de R$726,79 em agosto. No mesmo período, em Rio Branco, levando-se em conta igual família, o gasto foi de R$680,12.
A pesquisa em Cruzeiro do Sul será contínua e utiliza a mesma metodologia aplicada à praça de Rio Branco. Um técnico da Secretaria de Planejamento percorre vinte estabelecimentos comerciais duas vezes ao mês conferindo os preços dos 14 produtos. A planilha e outras informações são encaminhadas para Rio Branco, onde são finalizados os cálculos. "Com a pesquisa temos conhecimento de como se comporta o mercado de Cruzeiro do Sul com a abertura e o fechamento da BR 364", esclareceu Claudia Saldanha.
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