Como chefe da campanha digital de Obama, Ben Self foi essencial na criação de uma enorme base de apoio que ajudou a levar Obama à Casa Branca e levantar US$ 500 milhões para a campanha online do democrata, número recorde de doações. "Engajamento político desse nível nos Estados Unidos também é algo novo", disse à Reuters em entrevista por telefone, de Washington. "Não há porque esse tipo de engajamento político não ser aplicado em outros países".
Self, que visitou Brasília este mês para encontro com Dilma, afirmou que sua companhia está trabalhando com uma parceira local para ajudar o PT a planejar a campanha, e que deve ter um papel maior quando a campanha começar de fato. Self não quis comentar as qualidades da ministra como candidata, mas disse acreditar que a internet, atualmente, é pouco usada como ferramenta de campanha no Brasil, e que ela poderia ser usada de forma eficiente para ajudar a campanha da ministra.
'Adeptos'
Embora milhões de brasileiros ainda não possuam acesso direto à internet, este acesso vem crescendo bastante nos últimos anos, com o crescimento econômico do governo Lula ajudando milhões a saírem da pobreza para a nova classe média.
"Claramente, há uma grande parcela da população no Brasil que têm acesso à Internet --de 60 a 70 milhões, dependendo da pesquisa", disse Self. "É um grande grupo de pessoas do qual tirar adeptos".
Entre os obstáculos enfrentados por esse plano de arrecadação pela internet no Brasil está o parco uso de cartões de crédito e a corrupção, que continua forte na política e pode impedir doações.
Assim como nos EUA, a estratégia no Brasil provavelmente buscará voluntários com entusiasmo e acesso à Internet, que serão encorajados a estimular o boca-a-boca em seus bairros e convencer eleitores a votarem em Dilma.
"Os detalhes ainda devem mudar em relação à arrecadação, à organização. Mas a base do plano é criar um relacionamento bem sucedido a longo prazo entre a população e os candidatos do partido", disse Self.
Durante a campanha norte-americana, por exemplo, eleitores de Obama podiam baixar listas de pessoas em seus bairros que seriam alvos potenciais para votos e doações. "Talvez isso funcione no Brasil e talvez não funcione, mas é o tipo de ideia, como pegar um apoiador da internet e transformá-lo em ação política", disse.
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