segunda-feira, 30 de março de 2009

Política - Pesquisa mostra que Dilma passa Aécio em intenção de votos pela primeira vez.

A pesquisa CNT/Sensus divulgada nesta segunda-feira (30) revelou que pela primeira vez a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, apontada como possível candidata à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, superou o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, no levantamento espontâneo realizado em março. Mesmo assim, a petista continua distante do pré-candidato mais citado pela população, o governador de São Paulo, José Serra.

Apesar de não poder mais concorrer à presidência em 2010, Lula é citado espontaneamente por 16,2% da população. Na pesquisa espontânea, quando o entrevistado não recebe uma lista de opções para escolher, logo após Lula, Serra é citado por 8,8% das pessoas como futuro presidente do Brasil. Dilma, que era citada por 2,5% da população em janeiro, subiu para 3,6% das intenções de voto. O governador de Minas fez o movimento contrário e ficou atrás da ministra pela primeira vez. Ele era citado por 3,9% dos entrevistados em janeiro e, agora, apenas 2,9% dos entrevistados o citaram.

Nas pesquisas estimuladas de um possível primeiro turno entre Serra, Dilma e Heloísa Helena (Psol), a pesquisa mostra que o tucano ganharia a eleição com 45,7% das intenções de voto. A ministra ficaria em segundo com 16,3% e a ex-senadora em terceiro com 11%. Os indecisos (nulos, brancos e que não responderam) nesse cenário somam 27%. O tucano e a petista ganharam mais adeptos nesta lista. Ele subiu 2,9 pontos percentuais e ela 2,8.

Numa outra lista composta por Aécio Neves, Dilma e Heloísa Helena, o tucano lidera, mas a distância para Dilma caiu de 6,9 pontos percentuais para 2,1. Nesse cenário, o governador mineiro teve 22% das intenções de voto e a ministra 19,9%. A presidente do Psol ficaria com 17,4% dos votos se a eleição fosse hoje. Contudo, essa lista também apresenta o maior percentual de indecisos, 408%.

Serra também venceria a disputa se concorresse contra outro candidato governista, o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE). A outra concorrente também seria Heloísa Helena. Nesse caso, o tucano teria 43,1% da intenção votos e Gomes ficaria em segundo com 14,9%. A ex-senadora de extrema esquerda ficaria com 12,8%. O percentual de indecisos seria de 29,4% se a eleição fosse hoje.

Segundo turno


Num possível segundo turno, Dilma Rousseff venceria Aécio Neves por uma margem apertada. Essa é a primeira vez que a ministra fica em primeiro num cenário de segundo turno. Segundo a pesquisa, ela teria 29,1% das intenções de voto, contra 28,3 do tucano. Nesse cenário, o número de indecisos seria de 42,7%. Serra venceria Dilma numa provável disputa no segundo turno. Segundo o levantamento, o tucano teria 53,5% das intenções de voto e a ministra ficaria com 21,3%. O percentual de indecisos seria de 25,3%. O governador de São Paulo também venceria um possível segundo turno contra Ciro Gomes. Nesse caso, Serra teria 49,9% e o deputado federal 20,3%. Os indecisos somariam 29,9%. Gomes também venceria Neves a exemplo de Dilma numa possível disputa de segundo turno. O deputado federal do PSB teria 31,2% da intenção de votos e o governador mineiro 26,8%. Os indecisos somam 42,2%.

Transferência de votos

Apesar de ter perdido parte de sua popularidade com a crise financeira internacional, Lula continua com ampliando seu poder de transferência de votos. A pesquisa revelou que o percentual de pessoas que só votariam em um candidato apoiado pelo presidente nas próximas eleições subiram de 15,6%, em dezembro do ano passado, para 21,5%. Outros 28,6% disseram que poderiam votar num candidato apoiado por Lula.

O percentual de pessoas que disse que não votaria num candidato indicado por Lula também subiu, de 18,4%, em dezembro de 2008, para 20,3%. Outros 25,9% disseram que poderiam votar, mas que preferem conhecer o candidato antes. 3,9% não responderam à pesquisa. Segundo o diretor do Instituto Sensus, o aumento do poder de transferência de votos de Lula e o crescimento da intenção de voto em Dilma são frutos da exposição pública da ministra e sua associação como a sucessora preferida de Lula em 2010. “Isso é decorrente de um cenário eleitoral mais claro, em que Dilma é apontada como candidata natural para suceder Lula”, comentou.

A pesquisa ouviu 2.000 pessoas entre 23 e 27 de março. A margem de erro é de três pontos percentuais. Foram ouvidas pessoas em 24 estados e 136 municípios.

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