"Lamento suas mil caras, Serra". Esse foi um dos motes do primeiro debate na Band do segundo turno entre os candidatos à Presidência Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). A petista não ficou na defensiva. Ao contrário, acuou o tucano em vários pontos: da campanha de calúnias na internet às privatizações no governo Fernando Henrique Cardoso, passando pela venda do banco Nossa Caixa para o Banco do Brasil.
Dilma lembrou a participação da mulher de Serra, Mônica, em episódios de desvirtuação da campanha, na reta final do primeiro turno: "Sua esposa, disse que 'a Dilma é a favor da morte de criancinhas'". Depois complementou: "Isso é ódio, coisa que o Brasil não tem". Serra não respondeu, nem defendeu Mônica.
O tucano também se calou quando, ainda no primeiro bloco, Dilma o instigou a falar sobre o assessor de campanha do PSDB Paulo Vieira de Souza o "Paulo Preto", que é acusado de desaparecer com R$ 4 milhões da campanha do tucano.
Dilma também se mostrou firme na discussão sobre a polêmica do aborto, indevidamente criada pela campanha tucana. Ela lembrou que Serra, quando foi ministro da saúde, baixou uma norma regulamentando o procedimento abortivo em casos de estupro e de risco à vida da mulher, pelo SUS.
Desde o início da polêmica, Serra vem dizendo que Dilma defende o aborto, mas a candidata insistiu e mostrou que ela defende é que ele deixe de ser considerado crime, pois coloca milhares de mulheres pobres sob risco de morte. "Concordo com a regulamentação (feita por Serra, em 1998). São milhares de mulheres que praticam aborto em condições precárias (a cada ano). O que vamos fazer com essas mulheres, atender ou prender?"
Privatizações
Outro tema bastante presente no debate foi a privatização - com prejuízos ao país - de empresas estatais durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. A petista observou que o assessor do tucano e ex-presidente da Agência Nacional do Petróleo (ANP), David Zylbersztain recentemente se manifestou favorável à privatização do pré-sal.
A petista também citou a tentativa de divisão da Petrobras para ser negociada em partes, ainda no governo FHC.
Serra tentou sair do tema privatizações da era FHC defendendo a da telefonia. "O Brasil hoje tem 190 milhões de telefones ", disse o tucano, que finalizou: "A era do PT seria a era do orelhão". Dilma, em seguida rebateu: "O meu Brasil não é do orelhão, é o da banda larga".
Outra tentativa de privatização bastante discutida foi a da Nossa Caixa, banco estadual de São Paulo. Dilma acusou o tucano de querer vender o banco e disse que o governo federal interveio para que a instituição - que já sofria um processo de desmantelamento - não fosse vendida a empresas internacionais. "Nós privilegiamos empresas brasileiras e vocês, o capital estrangeiro", disse a petista.
Dilma também questionou seu adversário sobre a continuidade -em um eventual governo tucano - de programas do governo Lula, como o Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida, entre outros. "Vou continuar tudo o que deve ser continuado", disse Serra, sem nominar quais seriam esses programas.
Mas Dilma lembrou que Serra é famoso por não cumprir as promessas que faz, como o de que iria concluir seu mandato como prefeito de São Paulo (que chegou a registrar em cartório), o de cumprir seu mandato como governador paulista e outras. "Que garantias a gente pode ter de que você vai mesmo continuar os programas do nosso governo?", questionou.
Serra também teve de responder sobre as principais mazelas do governo de São Paulo, como a da aprovação automática nas escolas e a dos baixos salários dos policiais. Foi questionado também sobre sua política de combate às drogas.
2 comentários:
Realmente a Dilma roubou a cena e meu voto irá pra ela, muitos eleitores do Serra não gostam de comparações ao FHC, mas se ele fez parte do governo? oq podemos fazer
Dilma foi muito bem no debate!! Quem compara vota em Dilma 13.
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