O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta sexta-feira (15) que a candidata do PT à sua sucessão, Dilma Rousseff, está sendo vítima de uma campanha de mentiras “vergonhosa” e pediu “um voto de confiança” para que ela, se eleita, dê continuidade ao seu governo.
Em um trocadilho com o nome do candidato tucano, José Serra, Lula chamou a atenção para a possibilidade de que a vitória do adversário de Dilma seja prejudicial ao país. O presidente subiu mais uma vez no palanque de sua candidata em um comício realizado no bairro de São Miguel Paulista, zona leste de São Paulo.
- Não podemos permitir que o Brasil desça serra abaixo. [...] Se vocês acham que eu fui um bom presidente, e querem continuar nesse rumo, votem em Dilma Rousseff no dia 31 de outubro. É um voto de confiança.
O presidente fez uma comparação entre os candidatos e ressaltou que Dilma é “muito mais competente que Serra”.
- Eu conheço o outro [Serra] há 30 anos. [...] Essa mulher, eu conheço há oito anos, é muito mais competente. Se vocês querem ajudar o Brasil, ajudem a Dilma a ser presidente.
Ao lamentar os boatos disseminados para atingir sua ex-ministra, Lula afirmou que ela é vítima de uma campanha “vergonhosa”.
- Eu não tenho tempo de ver a propaganda [eleitoral] na televisão. Eu não tenho tempo de ficar olhando a internet, mas hoje consegui ver o programa na televisão e queria dizer que, aqui em São Paulo, é uma vergonha a campanha do nosso adversário em ataque à companheira Dilma Rousseff.
Lula afirmou que Dilma está sofrendo preconceito por ser mulher e acusou a campanha de Serra de espalhar mentiras contra ela, repetindo uma tática já usada em eleições anteriores.
- É uma vergonha o preconceito contra a mulher. É uma vergonha o que eles estão fazendo em uma campanha: mentindo na perspectiva de que o povo acredita nessas mentiras. O que nós precisamos dizer para eles é que já conhecemos essa história. Não é a primeira vez que somos candidatos e fomos atacados.
O presidente recordou que ele próprio já foi vítima de boatos, alguns inclusive envolvendo seus familiares, e afirmou que os opositores costumavam tachá-lo de comunista, dizendo que ele era favorável ao aborto e que fecharia igrejas se fosse eleito.
- Quem fala é uma pessoa que já foi vítima de preconceito, porque sou candidato desde 1982 neste Estado. Eu fui candidato a governador e eles panfletaram em São Bernardo dizendo que minha mãe morava em uma favela em Santos e que eu não cuidava dela. E não pararam por aí. Eles diziam que, como eu tinha barba, eu era comunista e ia fechar igreja. Eles diziam que eu era favorável ao aborto. Eu vivi isso em 1982, 1986, 1989, 1994 e 1998.
Segundo Lula, “o povo decidiu dizer chega em 2002”, quando ele derrotou Serra e foi eleito presidente.
O comício contou com a presença de representantes das centrais sindicais. Todos falaram no palanque e entregaram uma carta-compromisso a Dilma.
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