Pela manhã, ao longo da praia, o que se via eram destroços e a desolação de quem perdeu tudo e não tem mais como ganhar seu sustento, pelo menos enquanto durar a ressaca do oceano, normal nesse período de chuvas e mar revolto.
Renato Souza, de 41 anos, que há 20 anos explora um bar no local, teve seu estabelecimento invadido pelas águas e pela areia. Com a ajuda de amigos, retirava o que ainda podia salvar, sem avarias.
"Nessa hora é que se percebe como é importante ter boas amizades. Num momento como esse é que a gente reconhece os verdadeiros amigos". Sobre os motivos da destruição, Renato tem opinião formada.
"O homem é o principal agente de toda essa desgraça. A natureza nada mais faz que cumprir seu papel. O motivo de tudo isso foi a invasão do mangue pelos moradores. Não tendo para onde ir, a água que entrava pelo mangue invade as construções da orla".
Renato lembra que, antigamente, o manguezal era invadido pelas águas. "Neste ano, está tudo seco". Mesmo diante de todo o prejuízo e desolado, Renato não perde as esperanças.
"O jeito é tirar o material, esperar melhorar esse tempo e construir tudo de novo, para o próximo verão". Desolaqção parecida era de Gérson Araújo, de 57 anos, que, poucos metros adiante, tinha certeza de que sua barraca teria o mesmo destino.
"O mar chegou perto e jogou muita areia lá dentro do meu bar. Se o tempo continuar assim, essa noite, certamente, vai acontecer o mesmo comigo. Por isso, já tirei o que tem mais valor". Não só a tristeza, mas a opinião também é a mesma de Renato.
"O mangue foi invadido e agora o mar tem que entrar em outro lugar quando está de ressaca. Infelizmente, nesse lugar está o nosso estabelecimento. Nesses nove anos em que trabalho aqui, isso nunca tinha me acontecido".
Jornal A Região.
2 comentários:
Conheci essa cidade que é por sinal uma paz, um povo muito acolhedor. Que Deus proteja vocês!
tbm conheco ai, é uma grande pena q tenha acontecido isso ai.
mas fazer o q né, mechem na natureza entao ela se revolta.
mta sorte a todos.
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