As vendas de Natal nos shoppings do país entre o dia 1º e 23 de dezembro subiram 13% neste ano contra o mesmo período do ano passado. De acordo com a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), que divulgou o dado nesta sexta-feira (24), foi o melhor Natal dos últimos dez anos. No acumulado de janeiro a dezembro, as vendas expandiram 12%.
O segmento que mais cresceu neste ano foi o de perfumaria e cosméticos, com aumento de vendas de 14% sobre 2009, e, durante o período de Natal, com vendas nominais até 17% maiores em relação ao Natal do ano passado. "O Brasil é o segundo país do mundo em consumo desse item, este é um dado muito importante", afirma o presidente da Alshop, Nabil Sahyoun.
Outro segmento destacado pela entidade é o de óculos, bijuterias e acessórios, que expandiu 18% no Natal. Já no acumulado, a alta foi de 12%. O segmento que menos cresceu foi o de calçados, mas mesmo assim, a alta em relação a 2009 foi de 9%. Já no período natalino, a expansão chega a 12%.
Os dados foram apurados em pesquisa realizada pela Alshop com 150 empresas de varejo associadas à entidade, que somam aproximadamente 6,3 mil lojas no país.
Por causa do Natal, os lojistas de shopping contrataram em dezembro cerca de 130 mil pessoas, aumento de 13% em relação aos contratados no Natal do ano passado. Apesar de se tratar de vagas temporárias, segundo a Alshop, as perspectivas positivas para o setor devem estimular as contratações efetivas.
Aumento do consumo
De acordo com o presidente da Alshop, com a melhoria na economia brasileira, o desempenho do varejo em 2010 apresentou, desde os primeiros meses, um desenvolvimento sustentável amparado na oferta de crédito, prestações alongadas, redução nas taxas de juros para o consumo, aumento da renda, ampliação do emprego formal e a valorização do real.
Segundo ele, as novas normas do Banco Central que aumentaram o compulsório dos bancos não afetaram as vendas natalinas, mas trarão efeitos a partir de janeiro do ano que vem.
Comércio eletrônico
Neste ano, a Alshop destacou o forte crescimento do comércio eletrônico, especialmente no Natal. Segundo uma avaliação da consultoria E-bit, o segmento deve registrar o faturamento de R$ 2,2 bilhões entre os dias 15 de novembro e 24 de dezembro deste ano. O volume é 40% superior ao obtido no mesmo período de 2009, com R$ 1,6 bilhões.
"O varejo tem se preocupado bastante com o e-commerce. Há mais de 5 mil lojas virtuais abertas", diz Nabil Sahyoun.
Varejo em geral x varejo em shoppings
De acordo com a Alshop, em pesquisa realizada em parceria com o Ibope, o varejo brasileiro deve fechar o ano de 2010 com faturamento total de R$ 638 bilhões, o que representa crescimento nominal de vendas de 13,5% sobre o ano passado (estão fora do cálculo combustíveis, setor automotivo e segmento de material de construção).
Por sua vez, as vendas em shopping center devem atingir R$ 93 bilhões neste ano. Ao somar o volume de vendas das novas lojas resultantes dos novos centros de compras e expansões, que entraram em operação neste ano, o faturamente chegará a R$ 99,35 bilhões, expansão de 16% do total de vendas.
"Vivemos um novo boom da indústria de shoppings no Brasil. O primeiro aconteceu no início da década de 80", diz o presidente da Alshop.
Previsões para 2011 são positivas
Para 2011, a expectativa da Alshop é que o comércio em shopping cresça 10% na comparação com 2010. Se a previsão se confirmar, o faturamento do setor vai passar do patamar de R$ 100 bilhões. Os motivos para essa forte alta são as expansões dos shoppings, já que somente no ano que vem serão inaugurados 40 empreendimentos, e o aumento do consumo das classes C e D nos centros de compra.
Segundo Sahyoun, o consumo das classes C e D na indústria de shoppings foi 78% a mais do que o das classes A e B, o que é justificado pelo aumento da renda. Ao todo, o setor ganhou 30 milhões de consumidores das classes C e D. "Esse dado é impressionante e traz perspectivas positivas para o setor".
No Brasil, a indústria de shoppings possui 744 empreendimentos, com 99 mil lojas. Em média, 447 milhões de pessoas passam por mês nesses estabelecimentos. Para os próximos dois anos, 124 empreendimentos serão abertos, com destaque para os outlets, que têm ganhado força no Brasil.
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