O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta quarta (15) no Salão Nobre do Palácio do Planalto, em Brasília, de uma cerimônia para marcar o registro em cartório do balanço das medidas adotadas pelo governo que ele comanda desde 2003.
Um tabelião oficial faria o registro em cartório das medidas. O objetivo é comparar as propostas dos programas de governo do presidente com o que foi efetivamente realizado. Cada ministério preparou um balanço específico.
Ministros que integraram o governo nos dois mandatos de Lula compareceram à cerimônia, entre os quais a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, atualmente no PV, e os ex-ministros José Dirceu, da Casa Civil, e Antonio Palocci, da Fazenda (que será o titular da Casa Civil no governo Dilma). Participam também deputados, senadores e governadores da base aliada.
Acompanhado da presidente eleita, Dilma Rousseff, Lula desceu a rampa interna do Palácio do Planalto e foi recebido pela plateia de autoridades aos gritos de: “Olê, olé, olê, olá, Lula, Lula!”
A abertura da cerimônia foi feita pelo atual governador da Bahia, Jaques Wagner, ex-ministro do Trabalho. Em nome dos ministros do primeiro mandato, ele fez um discurso com elogios a Lula e a Dilma. Depois, falaram representantes de trabalhadores e empresários.
Em seguida, os ministros foram chamados, um a um, para assinar os seis volumes que contêm o balanço de todas as pastas. Cada um cumprimentou e abraçou o presidente.
Depois de anunciados os nomes dos ministros presentes, o presidente Lula entregou o balanço do governo, um livro de 310 páginas, para registro em cartório.
O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Franklin Martins, fez discurso em nome dos ministros do atual governo para falar sobre a elaboração do balanço.
“Com registro em cartório, a sociedade vai ter acesso a esse material e fiscalizar se o governo cumpriu os compromissos e promessas assumidas pelo governo [...] Tenho certeza de que a sociedade vai encontrar um governo que honrou o voto recebido”, disse Martins.
Segundo o ministro, no governo Lula o país ganhou autoestima. “O Brasil aprendeu que pode conquistar, que pode andar com as próprias pernas, pensar com sua própria cabeça e fazer o seu próprio destino.”
Franklin Martins também se dirigiu a Dilma Rousseff e afirmou que ela será uma “tremenda presidente” e que fará "um tremendo governo". Ele destacou a "coragem" da presidente eleita na luta pela democracia durante o regime militar.
“Estou muito confiante de que a Dilma será uma tremenda presidente da República porque ela também veio de uma geração que aprendeu muito cedo, com 18, 19 anos, que tinha que dizer não. Ver alguém dessa geração chegar a presidente, e, principalmente, uma mulher chegar a presidente, dá muito orgulho.”
No encerramento, antes de iniciar a leitura do discurso, Lula falou de improviso. Disse que vai entregar o balanço do governo para a imprensa, para “eles perceberem o quanto perderam de cobrir coisa boa do governo”. Segundo o presidente, os jornalistas costumam retratar aspectos negativos do governo porque “construir tem menos apelo que destruir.”
No discurso, ele afirmou que a tarefa do governo está inacabada. "Nós estamos convencidos de que fizemos muito, mas temos consciência de que há muito mais a fazer", disse.
O presidente também destacou os avanços no controle da inflação, o aumento do crédito e a inclusão social.
O presidente também destacou em seu discurso, as ações do governo no plano econômico, que combinaram crescimento econômico, expansão da renda do trabalhador e empregos formais.
- As taxas de desemprego estão nos menores níveis em décadas: 6,1%. Pela primeira vez temos mais trabalhadores formais que informais.
Lula destacou também as ações dos oito anos de sua gestão, que transformaram o combate à fome em "causa nacional", garantindo aos brasileiros pelo menos três refeições diárias. O presidente enfatizou o fortalecimento da agricultura familiar e o assentamento de 586 mil famílias.
A mudança do posicionamento do Brasil, que passou de devedor a credor internacional, também foi comemorada.
- Pela primeira vez, o Brasil é credor externo e emprestou [dinheiro] ao Fundo Monetário Internacional [FMI]".
O presidente lembrou que, no início de sua gestão, em 2003, o Brasil tinha apenas US$ 80 bilhões (R$ 135 bilhões) em reservas internacionais e que hoje esse montante é de US$ 285 bilhões (R$ 484 bilhões) só no Banco Central. As reservas são uma espécie de poupança do governo em moeda estrangeira.
- E ainda emprestamos US$ 14 bilhões [R$ 24 bilhões] ao FMI (...). Isso explica porque as empresas de capital aberto do setor produtivo alcançaram a maior rentabilidade dos últimos anos.
Luiz Inácio Lula da Silva disse que o Brasil deve se tornar a quinta maior economia do mundo em 2016 se depender da presidente eleita, Dilma Rousseff, e do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que continuará no cargo.
- Somos a nação do pré-sal, a nação da Copa do Mundo, da Olimpíada, e se depender da dona Dilma e do 'don Guido', vamos ser a quinta economia do mundo em 2016 e vamos conquistar essa medalha de ouro - disse Lula, durante balanço de seus oito anos de governo.
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