Muitas cidades do Ceará estão enfrentando uma estiagem prolongada. É neste cenário que uma palmeira típica da região vira uma alternativa para quem está em busca de trabalho.
Quando a seca é intensa, a carnaúba mostra por que é um símbolo de resistência no Sertão. Além de viver dois séculos com um mínimo de água, a árvore é fonte de renda.
O corte das folhas exige esforço. "Tem que comer muito feijão com rapadura, porque senão não agüenta”, conta o agricultor João Paulo Furtado.
As folhas seguem em lombo de jumento até o lugar onde ficam para secar ao sol. Depois, passam por um processo artesanal de extração da cera.
Ela é utilizada por indústrias que fabricam de cosméticos a peças de informática. É o terceiro produto mais exportado do Ceará.
A palha também é aproveitada pelos sertanejos. Enquanto a chuva não inicia o período de plantações na roça, a carnaúba garante um trabalho.
"Eu só tenho esse ganho, o chapéu", diz a dona de casa Expedita Luzia.
Quem vê a carnaúba como a que é mostrada acha que a árvore está morta. Mas nos próximos meses ela se recupera e volta a ficar frondosa. E mesmo as folhas que foram retiradas para a produção da cera ajudam a manter o ciclo da agricultura.
Na época mais seca do ano, o resto das folhas, que fica espalhado pelo roçado, serve de proteção para o solo.
"Evita a perda de água pela insolação, os nutrientes vão ser depositados na terra, vai favorecer a planta", diz o biólogo Eli Briseno.
Com tantas possibilidades, a carnaúba justifica o nome que ganhou o Nordeste: árvore da vida.
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