
Segundo Gilmar Bistrot, meteorologista da Emparn, o aumento da velocidade média dos ventos foi sentida com mais intensidade esse ano em virtude da alta pressão do Atlântico Sul, na costa brasileira. Outro fator favorável à incidência de fortes ventos é o fenômeno La-Niña, na costa do Equador, que possibilita uma maior circulação de ventos na região nordeste. Em agosto a velocidade média foi de 18,72km/h e para este mês o esperado é de 20km/h.
Os ventos também provocam alterações diretas no mar. Entre agosto e outubro, período de maior intensidade de ventos, o nível do mar geralmente aumenta entre 1m e 2m em virtude do aumento do ventos, já este ano a variação pode chegar a até 4m. Ele explica que as regiões mais afetadas são as praias do Litoral Norte, onde o terreno é plano e favorece o avanço do mar. Já em Natal, as praias que mais oferecem condição de avanço são a da Redinha e a Praia do Meio. "Já no Litoral Sul e nas outras praias de Natal, a condição do relevo faz com que o mar não avance tanto quanto nesses locais", ressaltou.
No calçadão da Praia do Meio, próximo à estátua de Iemanjá, uma imensa cratera se formou em virtude da força das ondas e o mar segue avançando até a barreira de concreto do calçadão. Apesar disso, frequentadores e comerciantes não se sentem incomodados ou afetados diretamente com a questão, mas dizem temer estragos. "Por enquanto não está interferindo em nada, até porque nós já estamos acostumados e as pessoas gostam da ventania na praia", disse o comerciante Pedro Cícero, 42 anos. "O que a gente percebe é que o mar está avançado cada vez mais, principalmente nesse período", afirmou o eletrotécnico Carlos Bezerra, 50.
O movimento nas praias parece não ter diminuído devido aos ventos. O que aumentou foram os riscos. O cabo Wellington de Souza, guarda-vidas do Corpo de Bombeiros, alerta para o perigo do banho de mar em épocas de maior intensidade dos ventos. "As correntes de maré sempre mudam e isso pode ser perigoso para o banhista", disse. Ele diz que é preciso estar atento às mudanças repentinas do mar e aos banhistas. "Quando a gente vê que uma pessoa está entrando muito no mar, nós já alertamos e também estamos sempre alertando na praia que os ventos estão mais fortes e o mar está mais agitado", afirmou o guarda-vidas.
Cuidados
O meteorologista Gilmar Bistrot alerta para os cuidados que se deve ter em períodos de ventos com maior velocidade. Segundo ele, árvores, coberturas e estruturas metálicas merecem atenção especial e manutenção adequada para evitar acidentes, como o do último dia 18 de agosto, quando um semáforo da Avenida Nascimento de Castro caiu sobre um automóvel. "Precisa de um cuidado constante".
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