O ex-ministro da Casa Civil e membro da Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), José Dirceu, disse nesta quarta-feira (12) que o candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra representava, quando era ministro do governo Fernando Henrique Cardoso, dissidência em relação à equipe econômica comandada pelo então ministro da Fazenda, Pedro Malan. "Esse sempre foi dissidente", afirmou.
Em entrevista à rádio CBN, nesta segunda-feira (10), José Serra disse que o Banco Central não é a "Santa Sé", ao explicar que eventuais erros da equipe econômica devem ser apontados e que isso não pode ser tomado como quebra da autonomia da instituição. Ele se mostrou irritado ao ser questionado pela jornalista Míriam Leitão sobre qual seria sua interferência no BC, mas disse que não vai "virar a mesa" em relação ao modelo vigente.
"O que tem que dar é tranquilidade para o pessoal do Banco Central operar, não ficar interferindo a todo momento. Agora, se houver erros calamitosos, que é perfeitamente possível identificar, acho que o presidente (da República) tem que fazer sentir sua posição", disse Serra na segunda-feira.
José Dirceu, por sua vez, disse nesta quarta que sempre foi "crítico" ao Banco Central. "É público e notório que o BC foi conservador em 2005 e no início da crise financeira [ao não baixar os juros mais rapidamente]. Mas o BC foi fundamental para o Brasil superar a crise financeira com a redução da taxa de juros, liberação dos compulsórios e uso das reservas internacionais para empréstimos", disse ele.
Segundo sua visão, o BC, pelo formato atual, está em "um tamanho bom". "Não tem autonomia formal, mas tem autonomia de fato", disse. Para José Dirceu, não é função do BC ter metas de crescimento. "O BC tem de olhar a inflação e o emprego", afirmou José Dirceu.
O membro da Executiva do PT afirmou também que as campanhas para a Presidência ainda não começaram e se mostrou confiante a respeito do desempenho da candidata do partido, Dilma Rousseff. "Um terço do país já vota na Dilma. Outros 63% dizem que podem votar no candidato do Lula. Temos muito o que crescer ainda", concluiu.
Um comentário:
Um era discidente.
E o crítico foi o que?
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