O cenário é desolador: não há pastos, nem lavouras e o caminho de pedras que aparece hoje já foi um riacho que evaporou. Açudes também secaram. “Ninguém tem condições. Não tem água, nem comida”, diz o agricultor Luís da Silva Nascimento Sem alimento, o gado morre e as carcaças se espalham pelo caminho.
“É triste. A gente é acostumado a criar um bichinho e fica sem nada. É triste, mas é o jeito”, afirma o agricultor Gervásio dos Santos. Milhares de pessoas enfrentam os efeitos da seca. Com a água cada vez mais escassa, abastecer as famílias é um desafio diário. “Vou levando água para minhas duas garotas, lavar prato e ainda tem que sobrar para colocar a comida no fogo”, conta a dona de casa Ludinete de Oliveira.
O sol é tão forte que racha o chão. E, nos postos de saúde, o atendimento a crianças com sintomas de desidratação dobrou nas últimas semanas. “Está muito calor e eu não sei mais o que fazer, já estou preocupada”, diz a dona de casa Elisângela da Silva. Nos povoados mais distantes, o atendimento é feito em casa. Idosos sofrem com os efeitos da alta temperatura. “Acredito que é do calor, porque nunca tive diarréia”, comenta o aposentado José Francisco da Silva.
A situação se agrava porque a pouca água que chega às cisternas não tem tratamento. A população desconhece os cuidados que deveria ter. “A água, sem estar filtrada ou fervida, pode causar diarréia por estar contaminada”, alerta a nutricionista Ana Cardoso.
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