quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Salvador (BA) • Conflito político: prefeito João Henrique fora do PMDB.

O casamento durou três anos. João Henrique entrou no PMDB em 2007 depois de deixar o PDT.

Pelo partido, com o apoio do então na época, ministro da Integração Nacional Geddel Vieira Lima, João Henrique conseguiu a reeleição como prefeito da capital.

O PMDB era aliado do governo do estado e a cidade ia bem. Várias obras mudaram a cara de Salvador. Até que Geddel foi concorrer ao governo do estado e o PMDB virou oposição ao governador Jaques Wagner (PT).

A cidade começou a ter problemas para honrar compromissos financeiros. Lixo, buracos, atraso no pagamento de funcionários terceirizados, trens parados, planos inclinados sem funcionar, o Elevador Lacerda, um cartão postal da cidade, ficou com metade das cabines funcionando.

Isolado, João Henrique mudou secretários, buscou apoios de outros partidos e, na noite de segunda-feira, recebeu a informação de que o PMDB decidiu suspender a filiação e iniciar um processo de expulsão do prefeito.

Por telefone, Geddel explicou. “Todos em Salvador e na Bahia são testemunhas da importância e do papel que teve o PMDB na reeleição de João Henrique. Depois da eleição o prefeito começa um processo de afastamento do PMDB. Exonera quadros técnicos que lhe davam respaldo, começa a trilhar um caminho absolutamente errado, contrariando inclusive posições que o partido defende. A comissão de ética liminarmente, atendendo a essa demanda, resolveu suspender a filiação do prefeito enquanto abre o prazo de explicações, visto que será iniciado um processo de expulsão do partido”, justifica Geddel Vieira Lima.

O prefeito João Henrique, que está em São Paulo, disse por telefone que há dois meses um escritório de advogados de Brasília vem cuidando do seu processo de saída do PMDB. O prefeito disse que ainda não sabe para qual partido vai, mas que não poderia continuar no PMDB e ficar isolado sem apoio do governo do estado.

“O partido hoje tem uma posição de ser contrário ao governo do estado, é clara essa posição do partido, ele não admite diálogo com o governo do estado, e o prefeito de uma capital como Salvador não tem a mínima condição de administrar a cidade, de prepara-la para a Copa do Mundo, se não tiver muita parceria com o governo do estado”, alega João Henrique.

Já o governador decidiu transferir para o PT a decisão de apoiar ou não o prefeito.

“A pergunta cabe ao diretório municipal do PT e ao diretório estadual do PT. Eu sei que é difícil acreditar, o peso da opinião do governador claro que é grande, mas o governador não manda e não quer mandar no seu partido”, observa Jaques Wagner.

O prefeito anunciou no início da noite que vai entrar quarta-feira no TRE com um pedido de desfiliação do PMDB. O pedido, segundo os advogados, se baseia numa resolução do Tribunal Superior Eleitoral que possibilita a desfiliação quando há grave discriminação pessoal.

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